Por: Danielle Menezes, em português brasileiro.
Ao longo de 2022, a cooperativa Rede Portuguesa das Cidades Interculturais está desenvolvendo um projeto intitulado “Gênero e Interculturalidade”, apoiado pelo Conselho da Europa e pelas cidades de Lisboa, Oeiras e Vila Verde, com o objetivo de promover a reflexão, discutir algumas práticas sobre gênero e suas interseccionalidades, desconstruir alguns mitos e preconceitos que rondam o assunto e informar a população que reside em Portugal.
Para tanto, assumimos o compromisso de realizar três episódios, sobre assuntos que conversem com gênero e a interculturalidade. A conversa de setembro foi com a jornalista Paula Cardoso, fundadora da plataforma digital Afrolink, tendo como tema central o antirracismo. Falamos sobre o impacto do racismo em questões como comunicação, empregabilidade e educação. Foi uma conversa riquíssima e bastante longa que acabou por ser dividida em dois episódios que já estão no ar.
Quem é Paula Cardoso?
Nascida em Moçambique e criada em Portugal, Paula é licenciada em Relações Internacionais e soma quase 20 anos de experiência em jornalismo, em um percurso iniciado na revista Visão e amadurecido em Angola, na direção do site do Novo Jornal.

É fundadora da comunidade digital “Afrolink” e autora da série de livros infantis “Força Africana”, projetos desenvolvidos para promover uma maior representatividade negra na sociedade portuguesa.
Com o mesmo objetivo, juntou-se à equipe de hosts do “Black Excellence Talk Series”, e ao painel residente do talk-show online “O Lado Negro da Força”. Integra ainda o Fórum dos Cidadãos, associação que visa contribuir para revigorar a democracia portuguesa e é uma das mentoras do HeforShe Lisboa, movimento internacional com vista a um esforço global pela Igualdade de Género.
O que faz o Afrolink?
O Afrolink é um projeto lançado em setembro de 2019 e nasceu como um grupo privado no Facebook, após um período de incubação no extinto programa de ignição de negócios. O projeto tem como função a criação de redes entre profissionais de origem africana e pessoas afrodescendentes residentes em Portugal – ou com ligação ao país –, com o propósito de partilhar experiências, valorizar competências, criar alianças, divulgar e apoiar negócios.
Tem inspiração nos movimentos “Support Black Business” e “Black Money”, originários dos EUA e do Brasil, respectivamente. Nesta linha, surgiram já algumas parcerias, nomeadamente com a fundadora da Revista Mulher Africana, Isabel Manique Flores, bem como com a DC_design, do cabo-verdiano David Chantre. O projeto também atua na promoção de uma educação intercultural, trazendo profissionais com experiência em práticas pedagógicas inovadoras nas áreas da animação sociocultural, narração de histórias e educação para a diversidade.
Além disso, também estão disponíveis para a participação em conferências e palestras sobre os mais variados assuntos. Profissionais na área da Engenharia, arquitetura, eletricidade, psicologia e várias outras profissões, disponíveis para ajudar as instituições que sentem dificuldades em encontrar pessoas oradoras negras para debates que não se enquadrem na temática étnico-racial.
Se interessou? Então acesse o nosso podcast Portugal Plural, ouça e compartilhe com a sua rede os dois episódios desta conversa com a Paula Cardoso.
