Por: Danielle Menezes, em português brasileiro
O Dia Internacional das Migrações, celebrado em 18 de dezembro, é uma oportunidade para refletir sobre a contribuição valiosa das pessoas migrantes no desenvolvimento econômico, social e cultural em todo o mundo. Além disso, também é uma ocasião oportuna para avaliarmos os avanços e as dificuldades encontradas no processo de tornar a nossa sociedade mais segura e igualitária sem que o lugar de nascimento de alguém seja um problema.
Em mensagem divulgada nesta segunda-feira (18), o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu a necessidade urgente de uma gestão segura das migrações, com base na solidariedade e no respeito pelos direitos humanos e afirmou que a “a migração é um fato da vida e uma força para o bem. Ela promove o intercâmbio de conhecimentos e ideias e contribui para o desenvolvimento econômico.”

A criação da data
A data foi instituída em 18 de dezembro de 2000, pela Assembleia Geral da ONU em comemoração aos 10 anos de assinatura da Resolução 45/158 que adotou a Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros de suas Famílias. Até então, 58 países aderiram ao Tratado, sendo que a maioria vem do continente africano ( um total de 28 países). Na América Latina, apenas o Brasil e o Suriname não fazem parte, e na Europa, só dois países ratificaram a Convenção, sendo que Portugal não é um deles.
O panorama atual das migrações
De acordo com o “Relatório Mundial sobre Migração 2022” da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o número de pessoas migrantes internacionais cresceu de 84 milhões (1970) para 281 milhões em 2020. No entanto, levando em consideração o aumento da população mundial, a proporção de migrantes internacionais, no mesmo período, foi de 2,3% para 3,6%. Ou seja, ao contrário do que possa parecer, a intensidade de deslocamento internacional se mantém estável, sendo que a maioria das pessoas (96,4%) continuam a viver no país em que nasceu.
Com o apoio da tecnologia, o documento desenvolvido pela OIM, tornou-se uma importante ferramenta para a verificação de fatos capazes de refutar notícias falsas que apenas servem para desinformar e reforçar estereótipos negativos em relação à migração.
A inclusão e seus benefícios
A migração não apenas enriquece a diversidade cultural, mas também funciona como uma força motriz para o progresso, promovendo a compreensão e a valorização mútua. Mas, para que os resultados positivos sejam alcançados é fundamental saber incluir. E mesmo que a pauta da diversidade e inclusão esteja cada vez mais em alta, muita gente ainda não entendeu a diferença entre os conceitos. Então, para isso, trazemos a citação de Vernã Myers: “diversidade é convidar para a festa, inclusão é chamar para dançar”.
Essa frase simples, que viralizou na internet, nos ensina que não adianta apenas ter grupos diferentes em um mesmo espaço (nesse caso, no país) e esperar que eles se entendam. O anfitrião ou anfitriã tem a tarefa de promover a integração, estimulando conversas e a troca de interesses genuína de forma a potenciar verdadeira interação intercultural. E não podemos partir do princípio de que essas trocas serão naturais e fáceis. Cada um carrega a sua história de alegria ou de dor e suas próprias características. Há quem seja mais extrovertido e faça novas amizades até na fila da padaria, há quem sinta medo de sair daquilo que é conhecido.
Portanto, incluir é aprender a respeitar as diferenças, mas também o tempo de cada grupo e de cada indivíduo. Somente assim, trilharemos um caminho tranquilo, amoroso e efetivo em relação aos processos migratórios.
A construção de políticas públicas inclusivas
Para maximizar os benefícios da migração, é fundamental implementar políticas inclusivas que protejam os direitos das pessoas migrantes, promovam a igualdade e incentivem a integração. Isso envolve o aumento da participação popular (inclusive das pessoas deslocadas), criação de sistemas de educação e saúde acessíveis, bem como a eliminação de barreiras burocráticas que causam entraves na regularização e contribuição plena das pessoas migrantes.
A Cooperativa RPCI desenvolve diversos projetos que valorizam a diversidade e inclusão de pessoas de diferentes nacionalidades, religiões, gêneros, sexualidade, idades, com deficiência, entre outros. Para conhecer mais sobre o nosso trabalho, acesse a aba de ferramentas no nosso site, nos acompanhe nas redes sociais (Instagram, Facebook e LinkedIn) e ouça o nosso podcast.
