Por: Marta Pereira e Inês Granja
Nos dias 8, 9 e 10 de Julho, decorreu a Formação de Agentes de Sensibilização em Competências Interculturais, no âmbito do projeto Intercultural Educators.
Financiado pelo Conselho da Europa, este projeto anual da RPCI visa ampliar as competências e os conhecimentos no âmbito da interculturalidade, de staff das autarquias, profissionais de ensino, crianças e jovens. O projeto abrange as 19 Cidades da Rede Portuguesa das Cidades Interculturais, sendo Barcelos, Oeiras, Paranhos e Porto as cidades envolvidas no consórcio de gestão deste projeto.
A Formação de Agentes de Sensibilização em Competências Interculturais incidiu no desenvolvimento de competências interculturais, a nível individual e organizacional, e tem em vista a implementação de ações locais de sensibilização pelas pessoas participantes. Esta atividade vem responder à necessidade de uma maior sensibilização em ambientes escolares e de mais formação em competências interculturais manifestada pelas Cidades. Procurou-se aumentar a capacidade de gerir as interações interculturais, incluindo a comunicação intercultural; desenvolver a confiança em navegar com sucesso em ambientes diversos; potenciar a adesão e compromisso com políticas e práticas interculturais; e fomentar a aquisição de competências para conceber e promover políticas públicas ou projetos que fomentem uma abordagem intercultural, aumentando a sua eficácia.
Na Formação participaram 25 pessoas de 13 entidades: staff das quatro Cidades do consórcio do projeto, docentes das mesmas cidades e também de Famalicão, mediadores interculturais das Cidades e de outras organizações da sociedade civil e, finalmente, profissionais de associações locais (das áreas da sociologia, psicologia e serviço social). Estiveram representadas a Associação de Paralisia Cerebral do Porto (APPC)/CLDS 5G Paranhos, a Associação de Solidariedade e Ação Social de Ramalde (ASAS) e a Associação Nacional e Internacional Cigana Techari.
Ao longo dos três dias de formação, num total de 12 horas, as pessoas participantes foram convidadas a partilhar situações concretas e a aprender com as situações ou dilemas das demais, e a refletir sobre como aplicar competências interculturais nessas situações. As sessões dos dias 8 e 10 de julho foram dinamizadas por Mab Marques, consultora da RPCI, com o apoio da coordenadora de projetos da RPCI, Inês Granja. E a sessão do dia 9 de julho ficou a cargo da REEI – Rede de Escolas para a Educação Intercultural (uma iniciativa conjunta da AIMA – Agência para a Integração, Migrações e Asilo, I.P., do Ministério da Educação através da Direção-Geral da Educação e da Fundação Aga Khan Portugal), parceira do projeto Intercultural Educators. A formação foi guiada por Thaissa Cavalcanti e Diana Fernandes, da AIMA, e Teresa Oliveira e Mónica Mascarenhas, da Fundação Aga Khan.
O primeiro dia centrou-se na tomada de consciência dos principais conceitos que estão na base das Competências Interculturais. O dia arrancou com o enquadramento teórico sobre diversidade, competências interculturais e identidade, com o intuito de incentivar uma reflexão pessoal das pessoas participantes sobre os próprios preconceitos e estereótipos. Valorizando as diferentes identidades, ligadas a uma multiplicidade de referências culturais, foi sublinhada a necessidade de reconhecer estereótipos e preconceitos como passo fundamental para alcançar uma verdadeira inclusão que celebre a diversidade.
Por sua vez, o segundo dia centrou-se em desenvolver confiança na aplicação dos Princípios Interculturais na sua prática. Esta manhã de formação focou-se no desenvolvimento de ferramentas para a criação de espaços de participação e redes de cooperação. A proposta foi pensar a interculturalidade como um processo coletivo, em que diferentes atores trabalham em conjunto para construir um espaço educativo verdadeiramente inclusivo. A sessão salientou o trabalho em rede como uma das chaves para uma sociedade plural, que deve envolver escolas, câmaras municipais, juntas de freguesia, associações e outras organizações locais, numa lógica de colaboração contínua e compromisso com a inclusão.
E, por último, o terceiro, focou-se em desenvolver competências de comunicação intercultural e preparar as ações de sensibilização locais. Foram trabalhados tópicos de trabalho como a Cadeia da Discriminação, níveis de discriminação, empatia e interação intercultural e, depois disso, foi dado a conhecer o Workshop Antirracista, realizado no ano anterior, no âmbito do projeto Escolas Interculturais. Este workshop da RPCI tem como objetivo sensibilizar crianças, jovens e profissionais de educação para a discriminação racial e as formas de a prevenir e combater e está disponível no Guia Abordagem Intercultural nas Escolas: Orientações para Professores, desenvolvido pela RPCI. Como forma de aplicar os conhecimentos adquiridos nos três dias da formação, e como forma de preparação das ações de sensibilização do projeto, as pessoas participantes foram desafiadas a recriar o Quiz que integra o Workshop Antirracista e a refletir sobre a sua aplicação noutros tópicos, tal como anticiganismo, migrações, diálogo interreligioso, combate ao discurso de ódio e igualdade de género.
Promover a educação intercultural é investir numa sociedade mais justa, inclusiva e preparada para acolher a diversidade. Os próximos passos do projeto, para além das ações de sensibilização, incluem, nomeadamente, um webinar nacional sobre cuidados a ter na criação e implementação de ações interculturais, um conjunto de 3 episódios do Podcast Portugal Plural (sobre o valor do desenvolvimento de competências interculturais; uma prática no âmbito do desenvolvimento de competências interculturais; e, por último, o que é a mediação linguística), e um Webinar Internacional dirigido a toda a Rede ICC, nos tópicos centrais do projeto.
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