O objetivo desta iniciativa é partilhar os projetos e as práticas que as cidades Portuguesas levaram (e estão a levar) a cabo no que diz respeito ao acolhimento de pessoas Ucranianas. Pretendemos criar um espaço de partilha entre cidades e outras entidades envolvidas no acolhimento de pessoas em situação de refúgio, proteção temporária e asilo.
A quem se destina? – Municípios e Autarquias, Organizações sociais com atuação no acolhimento de pessoas refugiadas e Associações representativas de pessoas refugiadas
Capacidade: 50 pessoas Estacionamento: no recinto
Programa:
14:30 – Sessão de boas-vindas e abertura
– Sofia Fernandes, Vereadora da Interculturalidade e Integração da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão
– Município de Santa Maria da Feira
– Júlia Rodrigues Fernandes, Presidente do Município de Vila Verde
– Rede Portuguesa das Cidades Interculturais (RPCI)
15:15 – Acolhimento em perspetiva
– Alexandrina Cerqueira, Município de Vila Verde
– José Leite, Município de Vila Nova de Famalicão
– Roberto Carlos Reis, Município de Santa Maria da Feira
16:40 – Apontamento musical ucraniano, Karina Bakhovska, Sofia Bakhovska, Yuliia Bakhovska e Sofia Bandura
16:45 – Encerramento
Como participar? Todos as pessoas interessadas deverão preencher este formulário: https://forms.gle/MgTKNvTt4GiQ8exVA com os seus dados e informações solicitadas. Posteriormente será enviada confirmação da inscrição e mais informações.
É com muito orgulho e prazer que recebemos mais um membro na rede!
A Câmara Municipal de Barcelos anunciou recentemente a sua adesão à Rede Portuguesa de Cidades Culturais, nomeadamente para dar continuidade e força ao desenvolvimento das estratégias interculturais que tem realizado e à gestão baseada nos princípios da parceria, igualdade de oportunidades e não discriminação.
Barcelos tem uma dimensão de 379,4 km2, um total de 61 freguesias e uma população residente é composta por 116.766 pessoas.
Esta informação foi-nos passada pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Mário Constantino Lopes, que também adianta o seguinte: “Ao longo dos anos, a Câmara Municipal de Barcelos tem desenvolvido a sua atividade sobre os princípios da igualdade e não discriminação, e fez progressos significativos ao assinar uma série de protocolos e documentos para a promoção da igualdade (por exemplo, Protocolo de Cooperação para a Igualdade e Não Discriminação – nova geração). Uma atividade que facilitou uma abordagem multidimensional (cultural, política, jurídica, educacional, social, económica), dando origem à integração no PDS – Plano de Desenvolvimento Social de Barcelos 2021 – de um forte investimento nos domínios da prevenção e da intervenção, reforçando a cidadania e os direitos fundamentais.” “O município de Barcelos regista com orgulho uma evolução positiva no número de imigrantes. Há imigrantes de 70 nacionalidades diferentes que vivem no território, sendo a comunidade brasileira a principal entre as comunidades existentes. Nos últimos cinco anos, as principais nacionalidades imigrantes foram: Brasileira, ucraniana, espanhola e venezuelana, a comunidade brasileira destacando-se com 893 cidadãos, um número superior ao das outras 69 nacionalidades.”
A parceria com a RPCI parece-nos um passo natural num munícipio que “trabalha diariamente em prol da integração, igualdade e interculturalidade.” Mário Lopes acrescenta ainda que “no âmbito deste trabalho, devemos também mencionar o acompanhamento, acolhimento e integração que tem sido levado a cabo pela Divisão de Ação Social e Saúde desde Março de 2022 para os refugiados da guerra na Ucrânia em diferentes áreas, incluindo saúde, emprego e educação. A Câmara Municipal de Barcelos acolheu 287 ucranianos, 97 dos quais residem atualmente no território, constituindo na sua maioria famílias monoparentais, principalmente mães e crianças.
Com esta parceria, Barcelos cimenta assim alguns dos seus valores mais importantes: a luta pela diversidade, inclusão e interculturalidade da nossa sociedade. Parabéns!
O objetivo desta iniciativa é potenciar o trabalho de colaboração entre entidades empregadoras portuguesas, municípios e organizações do 3º setor para promover o emprego de todas as pessoas e conhecer o que já tem sido feito no sentido de tornar o mercado de trabalho mais inclusivo. Pretendemos sensibilizar mais entidades empregadoras para este tema e, indiretamente, criar mais oportunidades.
A quem se destina? – Entidades empregadoras que desejem potenciar, atrair e reter talentos interculturais na sua organização; – Organizações do 3º setor que trabalhem neste âmbito; – Municípios e serviços públicos envolvidos na área da empregabilidade.
Capacidade: 170 pessoas, acessível para cadeiras de rodas. Estacionamento: zona residencial sem parquímetros.
Programa:
14:00 – Receção
14:15 – Acolhimento e boas-vindas
14:30 – Sessão de abertura
-Apresentação da RPCI e do projeto ”Employability Networks (RPCI)
-Apresentação sobre a criação de redes de empregabilidade (CM Lisboa)
-Apresentação do projeto «Mercado de trabalho inclusivo» – 2021 (CM Loures)
15:00 – 1ª Mesa-redonda -Exemplos e recomendações na empregabilidade de talento intercultural: o papel das cidades
16:00 – Pausa para café
16:15 – 2ª Mesa-redonda -A empregabilidade de talento intercultural: o papel das entidades empregadoras e do setor social
17:15 – Debate 17:30 – Encerramento
Como participar? Todos as pessoas interessadas deverão preencher este formulário com os seus dados e informações solicitadas. Posteriormente será enviada confirmação da inscrição e mais informações.
Ao longo de 2022, a cooperativa Rede Portuguesa das Cidades Interculturais está desenvolvendo um projeto intitulado “Gênero e Interculturalidade”, apoiado pelo Conselho da Europa e pelas cidades de Lisboa, Oeiras e Vila Verde, com o objetivo de promover a reflexão, discutir algumas práticas sobre gênero e suas interseccionalidades, desconstruir alguns mitos e preconceitos que rondam o assunto e informar a população que reside em Portugal.
Para tanto, assumimos o compromisso de realizar três episódios, sobre assuntos que conversem com gênero e a interculturalidade. A conversa de setembro foi com a jornalista Paula Cardoso, fundadora da plataforma digital Afrolink, tendo como tema central o antirracismo. Falamos sobre o impacto do racismo em questões como comunicação, empregabilidade e educação. Foi uma conversa riquíssima e bastante longa que acabou por ser dividida em dois episódios que já estão no ar.
Quem é Paula Cardoso?
Nascida em Moçambique e criada em Portugal, Paula é licenciada em Relações Internacionais e soma quase 20 anos de experiência em jornalismo, em um percurso iniciado na revista Visão e amadurecido em Angola, na direção do site do Novo Jornal.
É fundadora da comunidade digital “Afrolink” e autora da série de livros infantis “Força Africana”, projetos desenvolvidos para promover uma maior representatividade negra na sociedade portuguesa.
Com o mesmo objetivo, juntou-se à equipe de hosts do “Black Excellence Talk Series”, e ao painel residente do talk-show online “O Lado Negro da Força”. Integra ainda o Fórum dos Cidadãos, associação que visa contribuir para revigorar a democracia portuguesa e é uma das mentoras do HeforShe Lisboa, movimento internacional com vista a um esforço global pela Igualdade de Género.
O que faz o Afrolink?
O Afrolink é um projeto lançado em setembro de 2019 e nasceu como um grupo privado no Facebook, após um período de incubação no extinto programa de ignição de negócios. O projeto tem como função a criação de redes entre profissionais de origem africana e pessoas afrodescendentes residentes em Portugal – ou com ligação ao país –, com o propósito de partilhar experiências, valorizar competências, criar alianças, divulgar e apoiar negócios.
Tem inspiração nos movimentos “Support Black Business” e “Black Money”, originários dos EUA e do Brasil, respectivamente. Nesta linha, surgiram já algumas parcerias, nomeadamente com a fundadora da Revista Mulher Africana, Isabel Manique Flores, bem como com a DC_design, do cabo-verdiano David Chantre. O projeto também atua na promoção de uma educação intercultural, trazendo profissionais com experiência em práticas pedagógicas inovadoras nas áreas da animação sociocultural, narração de histórias e educação para a diversidade.
Além disso, também estão disponíveis para a participação em conferências e palestras sobre os mais variados assuntos. Profissionais na área da Engenharia, arquitetura, eletricidade, psicologia e várias outras profissões, disponíveis para ajudar as instituições que sentem dificuldades em encontrar pessoas oradoras negras para debates que não se enquadrem na temática étnico-racial.
Se interessou? Então acesse o nosso podcast Portugal Plural, ouça e compartilhe com a sua rede os dois episódios desta conversa com a Paula Cardoso.
Participe no webinar sobre Educação, Género e Interculturalidade. Dia 26/09/2022 às 14:30: https://lnkd.in/duYnx76D
No âmbito do projeto “Género e Interculturalidade”, a Rede Portuguesa de Cidades Interculturais dá continuidade à série de webinars sobre o tópico. A primeira edição focou-se nas questões da saúde, o segundo webinar virou-se para a comunicação, e este último vai centrar-se na educação. Estas são três áreas chave que identificámos como críticas nas questões da interculturalidade.
É já na próxima 2a feira, dia 26 de setembro, que nos juntamos em torno da mesa de novo, sempre com convidados e convidadas que têm muito para dizer.
Como está o nosso país no que diz respeito à interculturalidade e diversidade na educação? As nossas escolas são inclusivas? Como educar para a aceitação e inclusão?
É o que nos leva a mais um debate, que promete ser inspirador!
PROGRAMA: 14:30 – Apresentação RPCI 14:45 – Introdução ao tema com Maria José Casa-Nova (CIED – Universidade do Minho) 15:00 – Mesa redonda
-Lúcia Vicente (autora, atriz, contadora de histórias)
No dia 27 de junho do presente ano, foi realizado mais um webinar no âmbito do Projeto Género e Interculturalidade. O evento foi iniciado com uma breve apresentação da Rede Portuguesa das Cidades Interculturais, da Cooperativa RPCI e do projeto Género e Interculturalidade. Neste webinar, focado na Comunicação, Género e Interculturalidade, tivemos a presença de quatro oradoras: Alice Marcelino (artista visual), Yolanda Tati (locutora de rádio e influencer), Sónia Matos (AMUCIP) e Ana Paula Costa da Casa do Brasil Lisboa (Projeto MigraMyths).
Após a apresentação inicial, a jornalista Catarina Marques Rodrigues, especialista em questões de género e desigualdades e fundadora da plataforma Gender Calling, introduziu o tema. Salientou sobre a falta de representação de mulheres e de pessoas representantes da diversidade sociocultural nos media, tanto nas notícias, como nos cargos de liderança e gestão das organizações mediáticas.
A jornalista referiu dados que revelam que os temas da igualdade de género são considerados muito importantes para o público em geral e, em especial, para a geração Z. A maioria das pessoas inquiridas considera que os media têm progredido nestes temas, mas que ainda há muito trabalho a realizar. A geração Z considera que os media têm um papel importante a desempenhar neste âmbito.
Sublinhou que os medias transmitem às pessoas imagens, podendo favorecer enviesamentos inconscientes, nomeadamente em relação à aparência, à idade, ao género, entre outros. Referiu ainda que, de acordo com o último inquérito European Social Survey, 62% das pessoas em Portugal manifestam alguma forma de racismo.
Catarina Marques Rodrigues sugere ainda que quando escrevemos um texto e queremos garantir que a nossa comunicação está a ser feita de forma correta e inclusiva, devemos responder às seguintes questões: Posso estar a ofender alguém?; Estou a deixar alguém de parte?; Estou a propagar um estigma ou uma ideia pré-concebida? E que para uma pessoa tornar-se antirracista tem de passar por um processo, que passa por três zonas: zona do medo, zona da aprendizagem e zona do crescimento.
Após a sua apresentação, Catarina Marques Rodrigues questionou as convidadas para participar na mesa-redonda, acerca das suas experiências pessoais e do trabalho que têm desenvolvido.
A cientista social e membro da direção da Associação Casa do Brasil, responsável pelo Projeto Migra Myths, Ana Paula Costa, destacou que o processo de imigração é um processo de crise, nunca é confortável. Num primeiro momento há sempre um processo de ajustamento, que se sente de uma forma mais premente no caso das mulheres migrantes, pois a desigualdade pré-estabelecida que existe entre homens e mulheres também se coloca na migração. Em alguns casos foram os homens que chegaram primeiro e encontraram empregos e as mulheres vêm numa situação de dependência financeira.
Nos relatórios do projeto Migra Myths é possível encontrar relatos de discriminação nos serviços públicos. A discriminação, em particular sofrida pelas mulheres migrantes, é sentida em diversas áreas. A saúde é onde aparecem mais relatos de discriminação, de situações de assédio e de dificuldades devido à barreira linguística. Em relação ao atendimento recebido pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, há relatos de xenofobia, racismo e denúncias de bloqueios ao processo. Há relatos que na Segurança Social e nos Serviços de Finanças muitas vezes as pessoas que atendem as pessoas migrantes desconhecem os procedimentos. Até uma pessoa obter uma autorização de residência encontra-se muitas vezes num limbo, situação que aumenta a sua vulnerabilidade.
A pessoa migrante acaba por não denunciar porque tem medo, receio de ser enviada de volta por estar numa situação por vezes irregular e vulnerável.
É importante trabalhar a comunicação para combater os preconceitos, inclusive a partir das redes sociais. Nesse sentido a convidada salientou que há associações de pessoas migrantes que estão na vanguarda em Portugal e que funcionam de uma forma coordenada.
A artista visual, portuguesa de origem angolana, Alice Marcelino referiu que o corpo negro é muito policiado pela sociedade, pela forma como se veste, como se expressa e por exemplo através do cabelo. Uma mulher negra que usa o cabelo de uma forma natural é alvo de vários julgamentos e estereótipos.
Como uma mulher negra que já viveu em diversos países (Portugal, França, Reino Unido, Grécia), Alice também abordou as circunstâncias da integração. Expôs que os desafios à integração para uma pessoa negra começam logo no momento da viagem. Antes de migrar para outro país, uma pessoa negra precisa de realizar uma pesquisa para averiguar se é um país em que poderá ser alvo de racismo flagrante, se há cabeleireiros habilitados a tratar do seu tipo de cabelo, se há produtos para o seu tipo de pele, por exemplo.
No campo profissional, o primeiro desafio é a indústria da publicidade, por ser ainda uma área dominada por homens brancos, estando o sistema desenhado para as necessidades dos homens desde as oportunidades de trabalho até quem toma as decisões. Referiu igualmente que existe uma expectativa de que, por ser uma mulher negra, terá apenas uma narrativa: a da opressão, que embora faça parte da experiência de muitos indivíduos negros, não é única questão e isso acaba por fechar muitas portas.
Diante deste cenário, encontra-se ainda outra questão em relação às mulheres. Nota-se que ainda existem pouquíssimas oportunidades para artistas que são também mães, quando comparadas com homens artistas que também são pais, mas, continuam a desenvolver as suas carreiras, sem que o facto de terem filhos seja um obstáculo.
A locutora e influenciadora, Yolanda Tati, partilhou a sua experiência de início de carreira e de maternidade. No início de carreira no campo dos media, enfrentou algumas barreiras, pois havia uma ideia generalizada, entre agentes de media, de que o seu perfil de mulher negra não seria uma voz que as pessoas queriam ouvir. Gradualmente esta situação foi sendo modificada, foi-se percebendo que esse espaço existia, mas não estava a ser explorado adequadamente.
Yolanda detém uma presença muito significativa nas redes sociais e, quando se tornou mãe de uma criança filha do seu parceiro, que é um homem branco, houve muita especulação sobre a cor de pele do bebé. A influencer referiu que muitas vezes a sua cor de pele e género criam de imediato uma expectativa de que será uma pessoa agressiva, uma trabalhadora doméstica ou com uma personalidade promíscua, dado estes serem estereótipos e preconceitos sofridos por mulheres negras, como se o seu lugar fosse apenas aquele e não pudessem ocupar outros lugares, inclusive um lugar de sucesso.
O movimento black lives matter veio alterar o panorama global. A partir do debate iniciado por este movimento, as marcas mudaram o seu posicionamento e Yolanda aumentou muito a sua carteira de clientes. Outra situação curiosa, foi quando da sua participação numa campanha publicitária na qual usava o cabelo liso, tendo sido criticada por isso. A conclusão a que chega é a de que as mulheres negras são tão pouco representadas que a partir do momento que surge uma mulher negra, ela tem que usar usar o cabelo de forma natural para que possa representar outras mulheres. Ainda não se chegou ao ponto em que uma mulher negra pode ser o que quiser e usar o cabelo como quiser. Nos media portugueses ainda há uma longa luta pela frente para se conseguir uma maior representatividade, em particular na televisão.
Sónia Matos, presidente da Associação para o Desenvolvimento das Mulheres Ciganas (AMUCIP), debruçou-se sobre a questão da educação e da importância do acesso pleno à mesma para as mulheres ciganas, para que se quebre o ciclo de exclusão social a que muitas vezes estão votadas, estando muitas vezes dependentes dos homens para gerir as suas vidas.
Nas suas palavras, a cultura cigana é a cultura portuguesa de há 50 anos, no qual o papel da mulher era ser dona de casa e mãe.
Para a mulher cigana só agora, no presente século, é que se começa a dar os primeiros passos para conquistar espaço e independência e, na sua opinião, o pontapé para isso acontecer começa pela integração escolar.
A AMUPIC trabalha com mulheres e homens da comunidade cigana para que o acesso à educação seja uma realidade, mesmo para as mulheres já casadas e que saíram da escola há muito tempo. Hoje existem mais de 40 pessoas ciganas licenciadas em Portugal, a realidade já começa a mudar, mas é necessária muita perseverança e dedicação. Sensibilizar profissionais de educação é de extrema importância, principalmente porque algumas crianças ciganas ingressam no primeiro ciclo sem ter tido nenhuma experiência escolar e por isso têm mais dificuldades, e para que transmitam expectativas positivas às meninas ciganas na escola e as ajudem a acreditar em si mesmas, aumentando a auto estima das mesmas e evitando perpetuar estereótipos e crenças negativas sobre a comunidade cigana.
Outra questão importante relativamente às pessoas ciganas é o bairro social, que por si só já carregam muitos estigmas e estereótipos. É necessário ouvir a comunidade, trabalhar com os mediadores sócio-culturais das escolas, é necessário ter representatividade nas escolas, é necessário as crianças ciganas sentirem aquele espaço também como seu.
Outras questões afetam profundamente a comunidade, como por exemplo a linguagem e os estereótipos existentes, o fato de os projetos sociais acontecerem com tempo limitado e muitas vezes curto.
Algo de positivo para as pessoas ciganas foi o rendimento social de inserção (RSI) que alterou o cenário e permitiu às pessoas sonharem e dar saltos para o futuro. As redes sociais também geraram importantes mudanças na comunidade cigana. As jovens da comunidade utilizam muito os telemóveis e as redes sociais. Isso possibilita-lhes falar com os rapazes com quem vão casar antes do casamento, o que não acontecia antes. Mas, é visível que falta ainda boa vontade da sociedade em possibilitar que haja representatividade de pessoas ciganas.
Com pena porque não conseguiram participar? Então não percam o próximo, já no dia 26 de setembro pelas 14h30, onde iremos falar de educação!
No passado dia 3 de junho a RPCI esteve presente no encontro da rede de Cidades Educadoras, em Viseu, a convite do município. Neste encontro a RPCI teve oportunidade de aprender sobre esta rede e sobre os diversos projetos a decorrer em Viseu neste âmbito, bem como de falar cobre o conceito de interculturalidade e de como tal se liga com o conceito de cidade educadora. Por fim, foi possível apresentar o funcionamento da RPCI e da cooperativa recém-criada para apoiar a mesma, tendo tal sido recebida com muito entusiasmo pela audiência, composta por diversos municípios e freguesias de norte a sul do país.
Esta rede, que congrega centenas de cidades um pouco por todo o Mundo, tem por mote “não deixar ninguém para trás”, o que se ajusta nos valores da Rede Portuguesa de Cidades Interculturais. Parabenizamos Viseu e as restantes cidades por esta importante iniciativa!
No âmbito do projeto “Género e Interculturalidade”, a Rede Portuguesa de Cidades Interculturais dá continuidade à série de webinars sobre o tópico. Enquanto a primeira edição focava-se nas questões da saúde, vamos agora olhar para a comunicação.
Assim, é no dia 27 de junho que nos juntamos em torno da mesa de novo, desta vez para explorar os meandros da comunicação no que diz respeito às questões de género e interculturalidade.
A comunicação faz parte da essência humana, não podemos não comunicar. Comunicamos por palavras, por gestos, por expressões, por imagens, por sons. Comunicamos de forma direta e indireta o que sentimos, o que precisamos e o que pensamos. Pela comunicação educamos e sensibilizamos, alertamos e sonhamos, mas também por vezes, só desabafamos desalentos dentro de nós. O que diz a nossa comunicação sobre as mulheres? E sobre as mulheres que sintam pertença a diferentes religiões, etnias ou geografias? Como pode ser usada para provocar novas mentalidades? Sabemos distinguir opiniões de factos?
É o que nos leva a este debate, que promete ser inspirador!
Contaremos com a moderação de Catarina Marques Rodrigues, Jornalista, e as seguintes convidadas:
Este evento é gratuito e aberto a todas as pessoas. As inscrições podem ser feitas por meio deste formulário.
Quer ficar por dentro de toda a programação da Cooperativa RPCI? Aproveite para nos seguir no LinkedIn, Facebook e Instagram. E para acompanhar mais discussões relevantes, conheça o nosso Podcast Portugal Plural.
No dia 30 de maio de 2022, ocorreu o webinar “Saúde, Género e Interculturalidade”, evento realizado a partir do projeto “Género e Interculturalidade”, desenvolvido pela Cooperativa Rede Portuguesa das Cidades Interculturais em parceria com as cidades de Lisboa, Oeiras e Vila Verde e financiamento do Conselho da Europa.
O objetivo do encontro foi ampliar e aprofundar o debate a respeito da construção de políticas públicas para a saúde que levem em consideração as questões de género e a sua interseccionalidade com a interculturalidade. O evento foi iniciado com a apresentação da RPCI e do Projeto “Género e Interculturalidade”, após o que foi realizada uma mesa redonda com a presença das seguintes participantes:
Cyntia de Paula: atual presidente da direção na associação Casa do Brasil de Lisboa;
Goizane Mota Gago, responsável por Programas direcionados à prevenção comunitária e empoderamento de mulheres migrantes na Câmara Municipal de Bilbao, Espanha;
Cátia Ramos: Coach de Hábitos e Rotinas e atleta amadora;
Joana Canedo do GAT: ativista dos direitos das pessoas que consomem drogas;
Teresa Vieira, mediadora do Núcleo de Apoio às Comunidades Ciganas do ACM.
Aprendizagens e reflexões
Para abertura dos trabalhos foi feita uma breve introdução sobre o tema, abordando pontos importantes sobre saúde, género e interculturalidade, que foram aprofundados posteriormente.
Um ponto de destaque sobre o tema abordado é a importância de se respeitar, aceitar e valorizar as diferenças culturais que envolvem aspectos como, migração, questões étnico-raciais e género, além da importância de uma abordagem empoderadora da interculturalidade e diversidade, que não faça uso de práticas que possam ser sentidas como paternalistas, condescendentes, preconceituosas ou etnocêntricas.
Relativamente à saúde, foi falado sobre a importância do olhar intercultural, de maneira integrada, que seja capaz de avaliar os desafios e necessidades práticas em relação ao acesso e acessibilidade das pessoas nos sistemas públicos, sobretudo no que diz respeito à recepção das pessoas migrantes quando procuram por serviços médicos, a começar pela falta de acolhimento por parte das pessoas que fazem o contato inicial. Verificou-se que para este acesso, o idioma também pode ser um dificultador. Além disso, a própria linguagem médica, pode criar um entrave para a comunicação com pessoas que têm baixo grau de instrução e torna-se ainda necessário ter conhecimento sobre as diferentes práticas culturais e refletir sobre preconceitos e práticas existentes, que podem levar, por exemplo, a violências obstétricas contra mulheres.
A importância de um trabalho multidisciplinar
É importante ter em atenção a evolução do entendimento sobre diversidade e a importância da compreensão do processo. Normalmente o ponto de partida é um olhar enviesado pela abordagem étnica/racial/cultural, em que a pessoa migrante é entendida como “estranha” ou o “outro”, não pertencente àquela sociedade em que estão inseridas e que apresentam riscos em casos e momentos de crise.
Entretanto, devemos adotar um olhar holístico/integrado, em que a pessoa migrante é compreendida nas suas múltiplas dimensões e, portanto, parte integrante de um todo. Assim sendo, os serviços integrados devem promover uma maior sensibilização dos sistemas de saúde, incluindo os profissionais e toda a sociedade civil, para como resultado haver uma melhoria para todas as pessoas, incluindo as que se encontram em vulnerabilidade socioeconômica.
Relativamente às práticas existentes, as convidadas falaram um pouco sobre cada projeto em curso.
Unidades móveis de saúde: a unidade móvel de saúde do SNS que se localizava na Venda Nova, Amadora, realizava um serviço importante para a população. Implicava a prestação de serviços de proximidade em relação à saúde materno-infantil e reprodutiva, bem como apoio à marcação de consultas e procurava preencher as dificuldades de acesso ao Sistema Nacional de Saúde. No entanto, em decorrência da evolução natural do SNS esta unidade móvel transformou-se em unidade de saúde familiar que, por definição, não atendem pessoas migrantes indocumentadas, pondo fim à existência desta boa prática.
Projeto Informa em Ação: a Casa do Brasil, divulgou o projeto “Informa em Ação” desenvolvido por meio de um processo participativo que contou com o envolvimento de profissionais de diversas áreas e pessoas migrantes. O resultado foi a elaboração de guias informativos disponibilizados em 6 línguas: bengali, francês, inglês, mandarim, nepali e português, sendo a tradução realizada por pessoas da própria comunidade.
Programa Mujer, Salud y Violencia: o projeto desenvolvido pela cidade de Bilbao, Espanha, com foco no empoderamento de mulheres imigrantes, mediante a prevenção da violência de género e promoção de saúde sexual e reprodutiva. Utilizam o efeito multiplicador que consiste no estabelecimento de canais de transmissão nas comunidades das participantes, sensibilizando e informando as mulheres em seu entorno, em cinco linhas de intervenção: Formação e consolidação de agentes de empoderamento; Consolidação da rede de stakeholders; Prevenção integral da mutilação genital feminina; Guia mulheres; Guia para diálogos entre mulheres.
A menarca vai a escola: “ A menarca vai à escola” é um projeto desenvolvido pela equipa do movimento #TodasMerecemos e da Corações com Coroa, com o objetivo de ampliar o debate sobre menstruação, pobreza menstrual e sustentabilidade, dirigido a estudantes do 8º ano. Foram desenvolvidas ações para desconstruir os tabus que ainda persistem sobre o tema da saúde ligada à menstruação. Foi reforçada a importância do projeto ter sido desenvolvido desde o início em ambiente escolar.
Grupo de mulheres sobreviventes à violência: Trata-se de um espaço comunitário em que mulheres pertencentes a grupos excluídos socialmente possam confraternizar e fazer reuniões de apoio mútuo, que acontece semanalmente no espaço da Sirigaita, uma associação cultural no bairro do Intendente. Todas as decisões são realizadas em assembleia horizontal e levando em consideração que abrangem cerca de 10 nacionalidades, a comunicação intercultural é um princípio norteador de todas as atividades. Um dos objetivos do grupo também é atuação em rede, para que haja diálogo com outros coletivos feministas da cidade, de modo a contribuírem na construção de políticas públicas.
Trabalho voltado para os homens: Tertúlia realizada em comemoração do dia da mulher cabo-verdiana em 2022, sobre as dificuldades da mulher cabo-verdiana na diáspora, entre outros assuntos, contando inclusive com expressiva participação masculina, em que foi possível dialogar acerca das diferenças de género de maneira saudável e respeitosa. O sucesso nesta abordagem pode ser verificado no fato de os próprios homens terem pedido outro encontro deste tipo, mostrando uma abertura na construção de novas perspectivas culturais.
Dificuldades encontradas na promoção de uma saúde mais intercultural
Algo importante a ser observado diante deste debate é que, independentemente do recorte feito, as dificuldades encontradas são muito similares, principalmente no que se refere a financiamentos para realização de atividades com a população. Além disso, foram levantadas reflexões sobre a sustentabilidade e importância de pensar em projetos que tenham continuidade temporal, mesmo quando as fontes de recursos se esgotam.
Reforçou-se ainda que é necessária uma maior atenção para o trabalho com as comunidades ciganas, já que por questões geracionais, leva-se mais tempo para realizar projetos de sensibilização e apoio.
Outro ponto praticamente unânime, refere-se à melhoria na formação administrativa das pessoas que trabalham nos centros de saúde, bem como a necessidade de se investir em conhecimento sobre os diferentes grupos que habitam em Portugal, a fim de promover a construção de equipes médicas mais empáticas, respeitosas e capazes de lidar com a interculturalidade.
Próximos encontros
Se tem interesse pelo tema e não pôde estar presente, não se preocupe! No âmbito do projeto “género e interculturalidade” ainda realizaremos os seguintes encontros:
27 de junho, 14:30-16:30– Comunicação, Género e Interculturalidade (programa a confirmar)
Próximo Webinar, não perca!
26 de setembro, 14:30-16:30 – Educação, Género e Interculturalidade (programa a confirmar)
Os eventos são gratuitos e abertos a todas as pessoas e as inscrições podem ser feitas por meio deste formulário.
Quer ficar por dentro de toda a programação da Cooperativa RPCI? Aproveite para nos seguir no LinkedIn, Facebook e Instagram. E para acompanhar mais discussões relevantes, conheça o nosso Podcast Portugal Plural.
A cooperativa Rede Portuguesa das Cidades Interculturais encontra-se a desenvolver um projeto intitulado “Género e Interculturalidade”, apoiado pelo Conselho da Europa e pelas cidades de Lisboa, Oeiras e Vila Verde.
Iniciámos este projeto porque temos interesse em aprender mais sobre a interseccionalidade entre género e as diferentes origens e pertenças étnicas, culturais e religiosas e pretendemos dar mais visibilidade a estas questões e ajudar a desconstruir mitos e preconceitos.
No âmbito deste projeto estão previstos 3 webinars, onde contaremos com a presença de várias mulheres que nos irão falar de diferentes iniciativas de âmbito profissional e das suas experiências pessoais a este nível:
30 de maio, 14:30-16:30 – Saúde, Género e Interculturalidade (com: Beatriz Padilla, investigadora, Goizane Mota Gago da cidade de Bilbao, Espanha, Cátia Ramos, influencer de bem estar, Cyntia de Paula da Casa do Brasil de Lisboa, Joana Canedo do GAT, Helena Viegas, da Associação Corações com Coroa e Teresa Vieira, mediadora do Núcleo de Apoio às Comunidades Ciganas do ACM)
A imagem refere o programa do evento, descrevendo o nome das convidadas e a data/hora
27 de junho, 14:30-16:30– Comunicação, Género e Interculturalidade (programa a confirmar) 26 de setembro, 14:30-16:30 – Educação, Género e Interculturalidade (programa a confirmar)
Os eventos são gratuitos e abertos a todas as pessoas. No seguinte formulário pode inscrever-se para todos estes eventos: